sábado, 6 de março de 2010

Influente(mente)



[ Vinhamos, de longe, vestidos dumas personas que erguiamos a cada parágrafo, enquanto o cosia-mos na ambiência abafada que nos circundava. Ai, como tudo era tão fluído, ficcional, despido da realidade, onde muitas das vezes encontravamo-nos demasiadamente disfarçados nos heterónimos heroicos! A dada altura, falava-mos com a voz, prepotente, que já não sabia-mos abandonar. Construiu-se, ali, um coliseu, em movimento pleno, dum pressuposto que se parte de sonhos ambiciosamente alcançáveis, por virtude, ao abrigo da visão atenta de grandezas e poder para atrair atenções! Supremos! Era óbvio o tom hipebólico do perfil. Alguns risos desenquadrados denunciavam-nos perante a plateia que assistia, apática e inferior, aparentemente. Sim, eram de aparências contaminadas que iamos jogando, num malibarismo calculado à luz do improviso e do ridículo! Estavamos sete pés acima da minoridade, do pacato e simplório. Queriamos ser seres omnipotentemente inatingíveis. Descobrimos o gozo que nos dava ser o que nunca visionávamos pintar antes. Mascarávamo-nos por detrás de contactos, jantares alimentados pela influência, propriedades plantadas pelo planeta, edificados num estatuto altivo simplesmente porque podiamos conspirar magnificiência, durante alguns minutos, 40 minutos, mais ou menos... ]

[ Eu posso ser o que quero! E neste caso, um heroi de posse e postura. ]

[ Lembro-me dum Osvaldo, ao canto, a ser o que provavelmente não era, num mundo onde possivelmente jamais se recordará ter existido. ]

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