sexta-feira, 12 de março de 2010

Caiu Saraiva (ao longe)



[ Foi dificil saber intrepretar todo aquele teatro. Qual Hamlet?! Hamlet sem Shakespeare! Uma peça num escalão só por si. Acho que nunca assisti a nenhuma encenação ao ar livre, havia tempos de monólogo, sátira ou apenas um mundo de alguém prestes a ruir sobre nós. Exclamavam-se teorias, desabafos sem consciência, enquanto tudo rodopiava ao cair do cigarro. Eu compreendia a magnitude a cada desenlace frio, quase repetitivo. Recordo me agora, por breves segundos, que nada daquilo vai ser lembrado pela única figura/figurante a pisar aquele palco, raso. Exercitou-se a imaginação num campo magnético cómico e absurdo. Entre um gole seco numa bebida branca e um bafo a nicotina, com caramelo, movimentos descomandados marcavam o tango solitário sobre o embrulho a negrito que envolvia a personagem. Conseguia-se identificar luz ambiente, um M vincado a amarelo a saltar duma parede rugosa, espessa e inconformada! Sinto agora, e na altura, que estava a ser psicólogo dum paciente impaciente e débil o que me deu prazer. Ouvir aquela voz cercada pela alcoolémia, tão surda...
Lamento não ter guardado senão estas recordações. O bilhete, rasgado, bem, esse eu reciclei-o. ]

[ Se alguém levantar 4 horas de ferro, em cada dia, sucessivamente, faz de nós uns bichos, com que é que nos temos que preocupar, hein?! ]

[ Tudo teve um fim... inesperado, mas feliz. ]

[ E no segundo fim, nasceu um barco, de papel e com duas velas ]

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