sábado, 27 de fevereiro de 2010

Todo o Resto de Ti

[ Está aqui uma atmosféra que implode a cada silêncio que ressoa. Pessoas vão entrando, em desfile, eu vejo-as, pressinto as suas ausências, compõem as mesas desalojadas desalojadamente! Acabou de chegar a minha água natural sem gás, Luso, por sinal, enquanto meu corpo vai se mergulhando nos banhos mornos que chegam de cima. Inhalo um ar tão claustrofóbico, desta cadeira solteira, que passo pelo inconsciente, adormeci num ápice, regressei no autocarro das 11h30 pm. Riu-me! Saceio-me nos rostos que decoram a distância. Gestos encurtem as medidas desmedidas...

Acho que só consumi uma Era, custou me 0.80€, mas deixou-me ameno, cheio.

Os dias têm sido um carrosel que quando abandono a diversão, bato com o corpo, também fatigado, no chão arido. Mas sei o que é saber! Somos todos mais infinítos que aquilo que mostramos e vamos mostrando. Por exemplo, há nuvens carregadas que nos sobrevoam, ouvimos o paladar na sua presença, mas em simultâneo, eu, vivo na certeza do aroma a algodão doce e dum estado animado que partilho cá dentro. Isto não é tudo preto, sobrevivo, resisto, não estou cadáver e elevo o positivo da poeira. A caminho do fundo deste poço sem fundo, admito que a viagem é seguramente mais requintada do que vazia... e aquele balcão perpendicular, ali, robusto e imponente contou-me que podia contar com ele... ]

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Barco a Vapor



[ Foi como encontrar um bilhete recarregável...no fundo do bolso mais pequeno! ]

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Bolsa de Ar Reciclado



[ Instalei uma maquina de secar directa ao meu carácter...vou engenhando, sem precisão alguma, a energia térmica da alma...torrida. Gosto de rabiscar com o dedo indicador...]

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Electricidade Estática



[ Tenho aqui um bombo, uma tarola, dois pratos e uma pedaleira que repercutam uma pulsação cardiaca, compasso arritmético, que me vai soando bem. Sabes, vou tocando sem as baquetas, só até alcançar a plenitude deste mundo. Já estive mais perto da transcendência e agora, estou aqui...num ápice...num quarto quase mudo, onde tudo deixa de fazer sentido a cada passo que não passo! ]

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Em dias de Arrepios



[ Nos dias de hoje, já não sei ao certo o que queria dizer quando dizia que o céu era somente o reflexo do meu interior! ]

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Astronauta



[ Se eu conseguisse ficar a salpicar o pano preto de fundo, numa tinta plástica branca, com estrelas Menores, durante o maior tempo possivel, mesmo sem toda a preocupação de atingir uma perfeição opaca , isso garantir-me-ia que todo aquele que me ergue (e pronto pronto, hoje abre-se uma excepção também àquele que me procura abolir) teria residência no feito? E se eu conseguisse arranjar um espaço indivisível, perto do que, daqui, parece ser luz, podia dar como certo ter reservado o sopro de eternidade?...
Só preciso de saber que vou semeando fragmentos da minha essência, entregando-os no interior de almas férteis...palpáveis... ]

[ Sei que consigo conseguir! ]

Um Lembrete Desalinhado



[ Houve um tempo sem hora marcada, numa sala sóbria, decorada com suspiros que iamos engarrafando. Uma atmosfera intermitente no fio da navalha, escavando os pedaços que ninguém é e remendando os ruidos daqueles que nunca foram, em livre arbitrios. Vazio! Pernoitam ecos e ressonâncias na mesa onde gostavamos de estar sentados, num repouso de meia luz, sempre com aquele candeeiro informal e diluido a preencher a imensidao entre ti em mim e eu em nós...
Houve umas tantas imagens que ficaram por reportar, diante o silêncio, ao abrigo de receios que fabricamos só porque havia ferro e fogo em redor. Queriamos criar gestos mas limitamo-nos a criar uma incomensuravel inexistência. ]

[ Tudo foi feito dentro dos parâmetros do banal ]

Restos de Rastos



[ Dançava! Recordo me das recordações de quando dançava, num tango entrelaçado com a cor e o calor. Ficavam me nódoas no ânimo de crimes que sonhava cometer. Assassinava as tentativas ociosas onde caía numa imensa paralesia inerte! Inerte! Recordo me de quando renunciava às propagandas impingidas, e até de quando contra-balançava vontades. Mexia me confiante sobre as incertezas dos outros, investia me em ser prepotente com o EU, outro EU, outro EU até onde corro, desalmadamente...Mudaste me para te poder mudar e agora, encontramo-nos os dois, perdidos...]

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Alpha



[ Hoje, entrei em mim pela porta de emergência, sem bater...sem deixar rasto e sem nunca sequer ter saido! Renasci? Luto de punhos cerrados com as remeniscências que vivem dentro de embrulhos, entre paredes com papel de parede e algumas anotações soltas, até fazer sair sangue frio pelos orifícios do que fui deixando noutro passado. Encontrei um album fotográfico repleto de fotografias queimadas, outras mal focadas, sem nunca as ter tirado, e uma frase, solteira sobre um fundo pálido e infinito que lia: 'aqui sei o que nao quero ser'! ]