sábado, 19 de novembro de 2011

Num Abraço Caseiro



[ Há sempre um raio de ânimo quando entro pela porta da frente, à espreita, desde ontem, para me atropelar como se fosse a primeira vez. Como todos os outros ontens antes! Paixão inocente e doce. Paixão desmedida e dormente!
A ideia que mais me invade, nestes dias, é a de como caio, cego no mesmo choque frontal dia-após-dia. Venho ainda agarrado à pele de ontem que nem dou por mim a preencher-te, nos teus tempos livres, e quando realmente volto a ser, reparo que estou diante uma porta velha e enrugada, à tua espera...como tem acontecido por estes últimos tempos. Limito-me a escreve outro bilhete para somar ao papel de parede que se acumulou! Num desses quadrados fluorescentes escrevi que cada um era uma percentagem da minha paciência que ali deixava...um bocado de mim que ali perdia. Apercebi me pela tua voz coerente que ainda não o tinhas encontrado para poder ler para sempre!...
Naquele dia não estavas! O raio rasgava o céu em vários pedaços de temor e a porta experiente havia-se sucumbido ao cansaço. Mas não foi a única matéria a morrer...tinhas a cortina rendilhada cosida a meio...o chão estava numa poça...sabia que não voltarias mais quando dei pela falta do pequeno bilhete...! ]

[ Finalmente tornou-se maior até que o deste razão. ]

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