domingo, 13 de novembro de 2011

Fuga Fugaz



[ Esta manhã, entre um breve lapso de memória e a sensação quente de novidade, abracei te. Abracei te, limpo de mim, com a pele morna entre os lençóis que deixei para trás. Huh! Como é cada vez mais forte o aroma que me desfigura de passados perdidos. Hoje é outro hoje, com menos uma lufada de ser e um enorme sentido de querer-se ser! Ora, se não me encontro ainda sobre o colchão húmido do deserto que pensei voltar a encontrar quando regressasse a mim, então algo explodiu e a certeza de me estar a ver confirma-se! Peguei fogo ao meu corpo para saborear os invernos descampados, vividos ao abrigo desta tenda que teima em cobrir me os ossos, já secos de mim. Desfiz me em imensos diferentes tom de calor e luz, até ao momento em que me conheci, precisamente na altura em que fechei a porta atrás de mim! Máquina suja e esquecida, num canto perigoso desta casa de campo que construí em mim. Máquina surda pela mentira, como é que te deixei ligar, novamente?! Tive de me entranhar com a existência e envolver me com a magnificência do agradável... ]
[ ...tudo que se perde só se mostra nunca nos ter abandonado! Um bafo ardente, um tenro calor que se colhe, ou o simples estalar minimal da expectativa...perde-se...perde-se... até ser manhã...esta manhã! ]

Sem comentários:

Enviar um comentário