quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Encontro-te, por fim


[ Foi com surpresa! Tantas vezes que te visitei ao fim da tarde, mais perto da noite, debaixo da camada escura e espessa, que adorávamos, sem nunca te ver à lupa. Julgava saber mais de ti que de mim. Reconheço agora que a falsa ideia de te conhecer esvazia-me. Sim! Ainda bem que descobri-te hoje! Depois de todas aqueles horas ao sabor das tuas mentiras, ou verdades escondidas (provavelmente será mais isso). Nunca me chocou tanto estranhar-te! Desculpa, é só uma confissão confidente, escusas de tentar me dissolver nos teus temperamentos! Intolerante! Imperdoável mecanismo imperfeito!...

Davas-me conforto depois dos dias duros debaixo do desânimo, desalmado e débil. Procurava as partes lisas na esquadria do teu rosto! Huh, nunca me cansava ouvi-te...nunca...quase nunca. É impressionante como conseguias contar me as mesmas historias vezes sem conta. Contava-te isso às vezes, mas continuavas a ocultar-me de ti! Teimo em lembrar-me, na cegueira surda dos meus passos, do quão pequeno pareço a teu lado!...Ponto pequeno e irregular que se mistura com tudo...
Foi com surpresa! Recebeste me doutra cor! Algo mais pastel, lavada, interdita. Hoje adormeceste-me com um pêndulo magnético, senti uma atracção insólita, aberta e virgem. Comecei a notar em espaços mortos que nunca me deste a saber . Acordei-te comigo a calcar-te a geografia! Recebi-te doutra cor! O teu carácter tinha muitas ruas e no fundo duma rua estreita e delgada, senti-te uma ruga...depois outra...outra...mais adiante outra...e ainda outra...e outra...e outra...e outra... e com cada uma devolveste-me a esperança!...
Temos tanto para conversar amanhã, espera só até te contar esta novidade... ]

[ Foi com surpresa que hoje te vi outra parte! ]

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