domingo, 2 de setembro de 2012

As Formas dum Momento sem Formato







































[ Acorda! Desamarra-se da corda que o prende ao mundo na expectativa que tudo se resolva com a sua ausência. Organiza as opiniões e defende a indiferença mesmo quando reconhece que cai no mesmo erro vezes a fio. Desafia o fio que o desvia do sorriso até vencer a liberdade de gestos. Sabe que não estar é pior que estar sem saber, então agarra-se à silhueta para mostrar que sobrevive das superfícies. Por vezes seco, por vezes um corpo encorpado sem jeito. Define-se assim...
  Forma-se! Confunde-se com o caos que consome. Confirma-se com cada cansaço que recupera. Às vezes não descansa, outras cansa-se com as maratonas que corre com a ânsia! Projecta uma perspectiva que abraça mas continua a viver o tempo com as mãos nos bolsos. Já suadas e feitas de fadiga. Custa-lhe ir à rua e ter que se enfrentar nos espaços rugosos da vida. Custa-lhe ter que se deformar para ser mais, mas agora que se compõe nos reflexos por onde passa, reconhece que o que mais pensava custar-lhe já o ultrapassa!
  Procura-se! Passa os dedos indefesos pelas paredes de pó e perdição até tocar no escuro. Receia residir ali, nos poços preferidos porque é nos buracos que os momentos morrem! Foge! Foge com o fogo a figurar-lhe as figuras que forma...foge frequentemente...e encontra-se, por fim, no mesmo espaço onde acordou. ]

[ Pensa deixar tudo que se entranha nele para dar lugar aos outros. ]

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